sexta-feira, 3 de abril de 2009

PORQUE VOCÊ ESCREVE SOBRE POLÍTICA?

por Aramis Brito


Essa pergunta foi feita a mim por um pastor que queria saber qual era o motivo dos meus artigos focarem muito a política. Respondi a ele que primeiramente um cristão deve estar envolvido com a sua sociedade participando ativamente dela buscando sempre fundamentar princípios éticos- cristãos em todas as áreas sociais inclusive na área política que é onde as decisões são tomadas para o bem ou para o mal. Disse a ele que a democracia dá-nos o direito de expressarmos nossas opiniões livremente e que o pastor tem um compromisso com a sua cidade e não somente com a sua igreja, disse que falando sobre política tendo sempre nos meus textos uma base bíblica eu estava anunciando verdades de Deus para as áreas vitais da sociedade.


Lembro-me que disse a ele que se o princípio de se fazer política não passar sempre pelo crivo da ética a política será perversa, oportunista, nociva e maligna, porque não será uma política para o serviço ao próximo e sim para benefícios estritamente pessoal. Lembro-me que disse ao pastor que a política tem que ser sinônimo de serviço a Deus e ao próximo e não um modo de enriquecer ilicitamente, que é o que infelizmente a maioria faz. Ele me perguntou se eu não tinha medo de escrever sobre um assunto tão perigoso como esse, respondi que não tinha medo nenhum, porque é dever de todo cidadão cobrar dos homens públicos seriedade e transparência na administração do dinheiro que vem do povo, disse a ele que ninguém pode viver sem ser fiscalizado, sem ser confrontado, sem ser avaliado, a crítica é algo construtivo quando se faz sem interesses pessoais, quando se faz pensando no bem da coletividade, falei que escrevia e escrevo como um idealista que sonha com uma cidade muito melhor do que essa que estamos nela.

Disse a ele que não tinha vínculo político com ninguém, que não sou financiado por ninguém, que ninguém me paga para escrever o que escrevo, disse que vivo do meu salário de pastor e que escrevo como um pastor- cidadão indignado com o que alguns homens públicos fazem nas suas administrações. Tudo aquilo que causa opressão ao próximo tem que ser denunciado, disse ao pastor, não tem cabimento arrecadarmos milhões todo mês e vivermos na miséria, falta amor e compromisso por essa terra, o silêncio da classe média me deixa muito triste, a omissão das pessoas de bem me deixa perplexo, enquanto cada um ficar cuidando só daquilo que é seu, a cidade continuará recebendo de braços abertos aventureiros que não tem o menor vínculo com o município e que usa e abusa dele.

Pastor, os nossos jovens estão morrendo assassinados e nas drogas, as nossas crianças estão sendo vendidas para a prostituição, as nossas escolas estão virando redutos de traficantes, não existe um projeto de ressocialização para a nossa juventude, o índice de jovens que fica o dia inteiro ocioso é alarmante, a corrupção impera por aqui, o empreguismo eleitoreiro sustenta muita gente em casa criando com isso uma dependência perversa. A coisa está tão feia que não existe renovação política, os candidatos são os mesmos da eleição passada, isso mostra a falência política em que vivemos, as comunidades estão entregues a própria sorte, não recebem nenhuma proteção e incentivo, vivem expostas a violência, a roubo, a assassinatos, a perversão sexual, e ninguém faz nada.

È por isso pastor, que eu escrevo sobre política, escrevo porque creio na ação de Deus, escrevo porque fico indignado com o que estão fazendo nessa terra, escrevo porque sei que um dia esse quadro vai mudar, escrevo porque tenho fé que quem tem a última palavra sobre a nossa cidade é Deus. Que Ele nos abençoe para vivermos dias melhores!!!

PAULO E A SUA DISPOSIÇÃO DE CONTINUAR APESAR DAS PERDAS E DOS ABANDONOS

por Aramis Brito


Paulo tinha uma visão ampla do Reino de Deus, a sua consciência cristã trabalhava e vivia o presente olhando também esse presente como plantação para o futuro. Paulo não buscava os benefícios para si, ele tinha a plena certeza que estava fundamentando algo que seria de proveito para inúmeras pessoas. Essa carta para Timóteo, é uma carta de um homem experiente que sabia exatamente o seu papel na história, é a carta de um homem que sabia que precisava deixar discípulos porque as lutas seriam cada vez maiores, veja o que ele diz para Timóteo: “ Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo, em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2Tm4:2-5).


Paulo estava preso em Roma por causa da perseguição movida por Nero, estava vivendo o drama de ver pessoas abandonar a fé por causa das dificuldades( ..... “ antes todos me abandonaram....” / 2Tm4:16), estava vivendo o drama de ver Demas deixá-lo. Demas achou uma furada continuar junto de Paulo, na cabeça de Demas aquilo que Paulo tão intensamente acreditava não daria em nada. Para Demas Paulo havia enlouquecido. Demas infelizmente era carnal, o seu coração estava apegado ao mundo( Tm4:10). Alexandre, o latoeiro, era um homem que tinha um espírito contrário ao de Paulo, era um perseguidor, causou muitos males a ele, não aceitava a palavra de Deus, Paulo não busca vingançapessoal pelo contrário entrega ele nas mãos de Deus(2Tm4:14-15).

É evidente que Paulo está triste, está chateado, mas o verso dezessete mostra como esse homem de Deus encarava as dificuldades: “ Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem, e fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará também de toda obra maligna,e me levará salvo para o seu reino celestial. A Ele, glória, pelos séculos dos séculos. Amém." Paulo tinha um senso de missão impressionante, nada o tirava da sua condição de servo, ele mesmo fez essa pergunta em Romanos oito: “ Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm8:35). Paulo foi crescendo na sua vida de servo, foi aprendendo a viver contente em toda e qualquer situação ( Filipenses 4:11-13).

O foco na vida de Paulo era sempre fazer a vontade do seu Senhor, para viver dessa forma ele abriu mão de muitas coisas, deixou para traz fama, reputação segundo o mundo, poder, influência, abriu mão de certas facilidades que ele sempre teve como Hebreu, membro do sinédrio e como cidadão romano. Paulo não parou porque os outros pararam, não abandonou a fé porque os outros abandonaram, não amou o presente século porque os outros amaram, continuou firme, semelhante a Moisés ( Hb11:27), Paulo permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível. A perseverança de Paulo é um exemplo para todos, é um legado a ser seguido, veja uma de suas últimas palavras: “ Combati o bom combate completei a carreira, guardei a fé”(2Tm4:7). Que essa seja sempre a nossa busca!!!

O VENDEDOR DE ILUSÃO

por Aramis Brito


O vendedor de ilusão tem como característica andar de cidade em cidade mostrando o seu produto na expectativa de atrair a atenção das pessoas. Ele não pode ficar muito tempo num lugar só porque vai ser revelado que o seu produto é enganação e engodo. O seu sucesso está intimamente ligado a novidade que ele representa quando chega em algum lugar. E como ele chega? Chega dizendo que o seu produto vai resolver qualquer problema, chega dizendo que o tempo da tristeza, da desgraça, da pobreza, acabou, ele toma para si a responsabilidade de que vai mudar tudo, ele berra que é a solução para aquela cidade, é um artista, é um dissimulado, é um negociante sem escrúpulos, que passa a impressão de que é uma pessoa que está ali só para fazer o bem.


O vendedor de ilusão não tem vínculo com nada e nem com ninguém, ele é individualista, ganancioso, sagaz, que se aproveita da falta de informação do povo para iludi-lo. O que ele faz é superficial, o que ele vende não tem fundamento, o que interessa a ele é passar uma imagem de uma pessoa boa, preocupada com os moradores da cidade, para o vendedor de ilusão a imagem é tudo, a fachada é o que interessa, por isso ele fica tão pouco tempo nos lugares,e nesses lugares em que ele ficou, não pode voltar de jeito nenhum porque depois da sua partida toda construção ilusória que ele plantou foi revelada, foi descoberta e todos ficam sabendo que foi tudo uma grande mentira.

A novidade que ele representa quando chega em algum lugar atrai um número considerável de puxa-sacos, que também querem tirar alguma vantagem em cima do vendedor de ilusão, ele gosta desse tipo de pessoas, porque são esses que ajudam a divulgar os seus produtos, são esses que em troca de um “milho” fazem a propaganda enganosa parecer verdadeira, são esses que seduzem mais de perto a população carente e desinformada a comprar a idéia que o vendedor de ilusão vende. O vendedor de ilusão usa muito a mídia para divulgar os seus produtos, ele paga caro para se manter em evidência, para ele a aparência é tudo, ele não gosta quando algumas pessoas começam a mostrar quem ele realmente é, ele fica irado, fica perturbado, fica sem dormir, toma uns goles a mais para acalmar a sua raiva.

Ele não gosta da realidade, não suporta enfrentar situações concretas, não admite ser argüido, ele prefere pagar caro aos seus subalternos para que todos fiquem submissos a ele, não aceita opinião, se enxerga como o dono do mundo, quando as coisas começam a apertar para ele, se faz de vítima, se faz de coitado, se faz de perseguido, ele é tão soberbo que despreza a inteligência alheia, acha que cada homem tem um preço, não crê nos valores éticos, não crê na vida comunitária, não crê no diálogo, não crê na verdade, ele só gosta de mostrar um lado da moeda, quando outras pessoas detectam que ele é uma fraude ele se desespera e começa a planejar a sua retirada, começa a elaborar o seu plano B, começa a olhar para um outro lugar para ali se instalar e continuar vendendo ilusões.

Por aqui, os jovens são assassinados, as jovens se prostituem, os assaltos se multiplicam, a corrupção se alastra, as obras de fachadas iludem o povo, os puxa-sacos ficam ricos, os idosos morrem no hospital sem atendimento adequado, o analfabetismo aumenta a cada ano e os moradores da terra convivem com o drama do desemprego. Essa terra clama por uma profunda mudança, chega de vendedores de ilusão!!!

O MÁGICO

por Aramis Brito


O mágico sempre atrai muita gente ao seu redor, o seu poder de atração está na manipulação, está na ligeireza e na habilidade com que consegue iludir as pessoas, o mágico basicamente faz sua mágica sozinho, ele não quer que ninguém aprenda os seus truques, as suas artimanhas, o seu sucesso está nos seus segredos, quando alguém o ajuda, é sempre uma ajuda de apoio, ele não divide o palco com ninguém, ele sempre se apresenta sorridente, bem vestido e com uma energia contagiante, ele passa a idéia de que resolve tudo, passa a idéia de que não existe impossibilidades e nem dificuldades, aparentemente tudo é fácil para o mágico, quanto mais complexa e difícil a mágica, mais fama e popularidade o mágico possui, alguns mágicos ficam ricos, milionários com a sua profissão, ganham rios de dinheiro na arte de enganar, quase ninguém conhece a vida particular do mágico, ele é um enigma, ele é um ser misterioso, difícil de ser definido, ele sempre usa um nome fictício, ele gosta de ser conhecido, gosta da fama, gosta de pessoas que o vejam como um ser especial, ao mesmo tempo que ele gosta da fama, ele não gosta de muita intimidade, não gosta de mostrar a sua vida particular, não gosta de prestar contas do que faz a ninguém.

Assim ele vai vivendo, iludindo e faturando milhões ás custas de uma massa carente que anseia por ídolos, só que tem um problema, com o passar do tempo as mágicas que o mágico faz vai perdendo a graça, elas se tornam repetitivas, e com isso as pessoas vão perdendo o encanto, vão deixando de se empolgar com a performance do mágico e começam a ver que por detrás daquela figura cativante e sedutora existe alguém com interesses particulares que faz do povo simples massa de manobra para a realização dos seus desejos megalomaníacos. Esse mágico adoecido tem que ser parado, tem que ser questionado nas suas motivações, tem que ser confrontado até destituído da função de mágico, porque na sua vida a mágica não é um instrumento ingênuo para divertir crianças e adultos em festas de aniversários, ela é um meio para atingir altíssimos resultados pessoais, é um meio de dar vazão aos seus traumas e complexos pessoais, é um meio de sempre ser a atração maior.

Chega de ilusão, chega de ser enganado por mágicos perversos, chega de truques, de jogos de cena, de palcos reluzentes, chega de aplausos para quem num “passe de mágica” diz que está tudo resolvido, feito, pronto e acabado. Precisamos vasculhar bem a vida do mágico, precisamos olhar bem de perto as intenções do mágico, precisamos analisar o que o mágico faz com o dinheiro que recebe da massa, precisamos nos unir para que se necessário for,mandarmos o mágico embora avisando a ele que não se utilize deste expediente ‘magical” mais em lugar nenhum. O Apóstolo Paulo disse certa vez: “ Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino, quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino” ( 1Coríntios13:11). Creio que chegou a hora de desistirmos das coisas próprias de meninos, se agirmos assim conseguiremos estruturar uma sociedade em que o lugar do mágico será somente em festas de aniversários. Que Deus nos abençoe!!!!!

JEREMIAS: UM HOMEM DO NOSSO TEMPO

por Aramis Brito


Jeremias foi criado por Deus para ser um servo obediente, foi criado para ser um profeta, foi criado para ser um pastor, foi criado para viver o seu tempo sendo boca de Deus no meio de uma geração corrompida( Jr 1:16), foi criado para enfrentar uma estrutura social perversa, desconectada de Deus, insubmissa as palavras do Senhor( Jr1:17-19). Jeremias nasceu num período muito sombrio da história de Jerusalém, ele nasceu na última década do reinado de Manassés que ficou no poder por 55 anos.

Manassés foi um homem totalmente mau á frente de um governo completamente corrupto, ele incentivou a prática de cultos pagãos, instituiu prostitutas em santuários espalhados por todo o país, importou mágicos e feiticeiros dos povos vizinhos que escravizaram o povo com todo tipo de superstições, manipulando-os com suas magias e encantos, sua capacidade para inventar novas formas de mal parecia nunca se esgotar, seu apetite pelo erro parecia insaciável, certa vez, ele colocou seu próprio filho no altar durante um ritual de magia negra e o queimou como sacrifício( 2Rs 21), os assassinatos eram freqüentes, a luxúria e a corrupção reinavam na cidade, no Livro de 2Reis capítulo 21 verso nove é dito que Manassés fez o povo errar de tal modo, que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel.

Esta era a cidade onde Jeremias aprendeu a andar, falar e brincar, não há como imaginar um lugar pior e mais impróprio para uma criança crescer, era uma sociedade completamente pervertida, como diz o Salmo 12:8 “ Por todos os lugares andam os perversos, quando entre os filhos dos homens a vileza é exaltada”. Os 55 anos de caos moral quase levaram a fé no verdadeiro Deus ao esquecimento. Manassés morre, seu filho Amom o sucede no trono, o povo aguardou para ver se aquele estado de coisas mudaria, porém nada mudou, o mal continuou, mas, a sociedade já não agüentava mais tanta maldade, com isso Amom é assassinado.

O que um grupo de pessoas da cidade faz? Coloca no trono o filho de Amom, Josias, com apenas oito anos de idade, um grupo de pessoas o cerca com todo cuidado, pessoas fiéis, leais, comprometidas com a transformação da cidade, pessoas que temem a Deus. Josias cresce e, com aproximadamente 26 anos ele inicia uma reforma em toda estrutura da cidade, Josias escolhe para dar inicio a reforma o lugar de culto, as vidas das pessoas são reflexos do culto que praticam, o tipo de culto define o tipo de vida, se o culto prestado for corrupto, a vida será corrupta, durante 55 anos, a luxúria, a corrupção e a violência nas dependências da Casa do Senhor tinham ultrapassado os limites daquele local e corrompido as vilas, ruas e lares da nação.

Josias começa a mudança por uma completa faxina no templo, ele começa pelo local que formava o pensamento da nação, pelo lugar onde as pessoas aprendiam a maneira de viver. Nessa faxina feita no templo, Hilquias, o sumo- sacerdote encontra o livro de Deuteronômio, ele leva o livro até o rei Josias e o lê para ele. Aos ouvidos de Josias, aquela leitura foi como um raio que o atingiu diretamente, ele teve uma reação imediata e determinante, ele colocou em ação tudo o que havia recebido através da leitura, ele acaba definitivamente com aquele “circo-maligno-religioso” e reintroduz o Livro de DEUTERONÔMIO como a parte principal do culto.

A superstição e a idolatria haviam formado uma crosta espessa na consciência do povo, tornando-o insensível e pouco receptivo a Palavra de Deus sobre mudança de vida, misericórdia e salvação. Jeremias aparece nesse período como pregador-profeta anunciando a Palavra: “ Lavrai para vós outro campo novo e não semeeis entre espinhos ( Jr4:3)”. “ Poluístes a terra com as suas devassidões e com a sua malícia”( Jr3:2). A pregação de Jeremias foi incansável na divulgação da verdade de Deus para o povo, ele dizia simples e firmemente: Deus está entre nós, vivamos em obediência a ele.

O reinado de Manassés viciou o povo no erro, viciou o povo na maldade, viciou o povo na perversidade, viciou o povo na idolatria, viciou o povo na libertinagem, viciou o povo na corrupção, foram 55 anos sendo alimentados pela irresponsabilidade e malignidade do rei. A sociedade enlouqueceu na loucura do rei, parecia que tudo estava perdido definitivamente, parecia que Jerusalém estava sentenciada a viver na escravidão do pecado, Deus então vai movendo as circunstancias, vai levantando aos poucos os seus servos, vai mudando o coração do rei menino, vai moldando o coração de um jovem para que ele se transforme num pastor-profeta que será revestido de bronze tamanha é a luta que ele vai enfrentar durante todo o seu ministério, vai colocando para o povo ouvir a palavra, a sua Palavra.

Jeremias teve o privilégio de nascer e crescer no meio de um país numa profunda ebulição social, ali no meio daquele caos ele surge como uma pessoa que vive numa profunda obediência a Deus, abrindo mão de vantagens pessoais, do favorecimento escusos do poder, do sucesso pessoal, ele trabalha como um agente do Reino, como um fiel porta- voz do Senhor, dizendo coisas que não agradaria aqueles que dominavam a cidade. Jeremias viveu o seu tempo exortando o povo a voltar para o Senhor, ele não buscou glória para si, preferiu ser um instrumento nas mãos de Deus do que usufruir dos prazeres transitórios do pecado.

Jeremias viveu no meio de um povo hiper- difícil, complicado, duro de coração, desinteressado da Palavra de Deus, ele viveu no meio de um povo que gostava de uma boa vida, que gostava de um dinheiro fácil, que gostava de viver de aparência, viveu no meio de um povo que tinha uma irresistível atração pela canalhice, viveu no meio de um povo que desconsiderava a profecia vinda da parte de Deus. Ele viveu exercendo o seu chamado por quarenta anos, quarenta anos no meio desse povo, quarenta anos anunciando qual era a vontade de Deus para o povo e sendo ignorado, quarenta anos sendo visto como um desmancha- prazeres.

É esse homem que nós vamos estudar a sua vida, é esse homem tão ignorado e desprezado no seu tempo que nós vamos nos aprofundar buscando encontrar sentido para a nossa própria vida. Infelizmente poucas pessoas estudam sobre Jeremias, felizmente nós fazemos parte dessas poucas pessoas que tem a oportunidade de crescer e amadurecer bebendo nessa fonte.

A FARSA

por Aramis Brito


Plantar inverdades num município carente de tudo é algo muito fácil, conduzir a massa trabalhando nos seus desejos é muito fácil, contratar centenas de pessoas dando a elas um salário miserável sem nenhuma perspectiva de crescimento é muito fácil, esconder a administração financeira é muito fácil, dar cala- boca financeiro a pessoas destituídas de caráter é muito fácil, deixar de investir na educação, na saúde, na moradia e na ação social é muito fácil, inchar a folha de pagamento absurdamente para ter funcionários fantasmas como cabos eleitorais é muito fácil, mentir para a população que morre de amores pela cidade sem nem mesmo andar nas ruas da própria cidade e sem mesmo morar nela é muito fácil, asfaltar ruas, fazer alguns postos de saúde, reformar alguns colégios com uma verba de 1 bilhão em quatro anos é muito fácil, dar títulos de propriedade de terra é muito fácil, fazer uma campanha milionária é muito fácil.

Essa facilidade tem um nome: FARSA, estamos vivendo um dos maiores engodos de todos os tempos nessa terra, a mentira tem se espalhado numa ligeireza sem igual, a cidade está sendo saqueada e ninguém grita, ninguém berra, ninguém reclama, as coisas pioraram por aqui, cadê os projetos de reconstrução da cidade nas áreas de moradia, esportes, saúde, educação, segurança, ação social, transportes. Estamos vivendo de migalhas, estamos vivendo das sobras, estamos vivendo do resto que cai da mesa do rei, a cidade está silenciosa, escondida, com medo, a periferia continua abandonada e perdendo os seus moradores para o crime, os nossos jovens vivem sem perspectiva, as nossas moças estão se perdendo na prostituição, as famílias estão se auto- destruindo sem ter nenhum amparo eficaz do governo.

Alguém sabe quanto foi investido na ação social? Somos ricos e pobres ao mesmo tempo, arrecadamos muito, mais distribuímos pouco, vivemos presos a índices de pobreza gritante, e estamos entre os municípios que mais arrecadam no estado, isso não pode continuar, viver assim é aceitar a FARSA que quer se instalar perpetuamente aqui. Esses dias alguém me perguntou: Pastor, você escreve tanto sobre a cidade na sua coluna e o prefeito teve a maioria dos votos, como explicar isso? Respondi: A desinformação está na linha de frente desse governo, eles não tem interesse de informar a realidade, escondem dados, manipulam notícias e seduzem a massa com festas e obras de fachada que ilude quem desconhece a realidade dos fatos.

O que precisa ser feito por aqui é um amplo trabalho didático informando a população o que realmente acontece na administração da nossa cidade, é preciso envolver o maior número de pessoas possível para educar a cidade politicamente. Nós precisamos e vamos sair desse “encantamento”, nós precisamos e vamos reconstruir a nossa terra com um profundo trabalho que começará na base, sem mentira, sem engodo e sem ilusão. A terra grita por transparência política, grita por transparência administrativa, grita por uma distribuição de renda que favoreça o bem comum. Creio que se buscarmos isso alcançaremos!!! Que Deus nos abençoe e chega de FARSA!!

CRISE MORAL

por Aramis Brito

O mundo está vivendo uma crise financeira assustadora, bancos estão quebrando, empresas estão demitindo em massa, grandes corporações que sempre tiveram seus nomes ligados a mais alta credibilidade foram a bancarrota da noite para o dia, firmas até então sólidas estão dando férias coletivas aos seus funcionários, tudo parece está ruindo numa velocidade impressionante. Quando olho para essa situação percebo que bem no fundo de tudo isso existe uma crise Moral, crise que foi construída pela ganância de homens sem limites e sem nenhuma ética que fizeram do dinheiro o seu deus pessoal, crise que foi formada dentro da idéia do ganho fácil e rápido, crise que foi gerada numa esfera de poder supostamente eterno que ignorava os pobres, os necessitados, os famintos, os desesperados, os desprotegidos.

Essa quebradeira pelo qual o mundo passa nesse momento é um fortíssimo sinal do egoísmo latente no coração humano, muitos dizem: o dinheiro sumiu, eu discordo, para mim o dinheiro nunca existiu nessa proporção que era anunciado, eram apenas papéis que supostamente valeriam como dinheiro, eram ações( dinheiro virtual) que diariamente subiam nos pregões da bolsa de valores. Bastou uma crise no setor imobiliário nos Estados Unidos( dinheiro real) para tudo ruir. O mundo está sem caixa(dinheiro), a recessão já é uma realidade, os produtos estão encalhados nas prateleiras, nos pátios das grandes montadoras de veículos, as financeiras perderam o seu poder de conceder crédito a perder de vista, elas não tem mais lastro(caixa).

Isso tudo nos faz entender que o universo econômico viveu esses anos de “prosperidade” firmado numa estrutura imoral, perversa, corporativista, hedonista. A situação que estamos vivendo mostra uma estrutura de mercado totalmente afastada de Deus, mostra mais uma vez a falência do homem, expõe a farsa da economia de mercado, quebra o encanto da prosperidade pelo menor esforço e prejudica ainda mais os que vivem a margem dessa estrutura de mercado. Diz a Bíblia que Deus costuma expor o pecado escondido para que todos possam ver a sua vergonha.

O pecado está aí para todo mundo ver, desemprego em massa, falência generalizada, dívidas impagáveis, governo emprestando dinheiro para evitar o desastre total, aliás os governos sempre dizem que nunca tem dinheiro para investir no social, nas aposentadorias, no esporte, mais para socorrer bancos o dinheiro aparece, e aparece numa proporção que causa espanto, Deus está expondo também o pecado oculto dos governos que sempre foram coniventes com essa farra do dinheiro fácil.

Creio que seja um tempo de arrependimento, de mudança de valores, de revisão da caminhada, de voltar-se para Deus com o coração humilhado, creio que seja o tempo de ouvir o Senhor dizer: “ Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” ( Jeremias 29:13)