sexta-feira, 3 de abril de 2009

O MÁGICO

por Aramis Brito


O mágico sempre atrai muita gente ao seu redor, o seu poder de atração está na manipulação, está na ligeireza e na habilidade com que consegue iludir as pessoas, o mágico basicamente faz sua mágica sozinho, ele não quer que ninguém aprenda os seus truques, as suas artimanhas, o seu sucesso está nos seus segredos, quando alguém o ajuda, é sempre uma ajuda de apoio, ele não divide o palco com ninguém, ele sempre se apresenta sorridente, bem vestido e com uma energia contagiante, ele passa a idéia de que resolve tudo, passa a idéia de que não existe impossibilidades e nem dificuldades, aparentemente tudo é fácil para o mágico, quanto mais complexa e difícil a mágica, mais fama e popularidade o mágico possui, alguns mágicos ficam ricos, milionários com a sua profissão, ganham rios de dinheiro na arte de enganar, quase ninguém conhece a vida particular do mágico, ele é um enigma, ele é um ser misterioso, difícil de ser definido, ele sempre usa um nome fictício, ele gosta de ser conhecido, gosta da fama, gosta de pessoas que o vejam como um ser especial, ao mesmo tempo que ele gosta da fama, ele não gosta de muita intimidade, não gosta de mostrar a sua vida particular, não gosta de prestar contas do que faz a ninguém.

Assim ele vai vivendo, iludindo e faturando milhões ás custas de uma massa carente que anseia por ídolos, só que tem um problema, com o passar do tempo as mágicas que o mágico faz vai perdendo a graça, elas se tornam repetitivas, e com isso as pessoas vão perdendo o encanto, vão deixando de se empolgar com a performance do mágico e começam a ver que por detrás daquela figura cativante e sedutora existe alguém com interesses particulares que faz do povo simples massa de manobra para a realização dos seus desejos megalomaníacos. Esse mágico adoecido tem que ser parado, tem que ser questionado nas suas motivações, tem que ser confrontado até destituído da função de mágico, porque na sua vida a mágica não é um instrumento ingênuo para divertir crianças e adultos em festas de aniversários, ela é um meio para atingir altíssimos resultados pessoais, é um meio de dar vazão aos seus traumas e complexos pessoais, é um meio de sempre ser a atração maior.

Chega de ilusão, chega de ser enganado por mágicos perversos, chega de truques, de jogos de cena, de palcos reluzentes, chega de aplausos para quem num “passe de mágica” diz que está tudo resolvido, feito, pronto e acabado. Precisamos vasculhar bem a vida do mágico, precisamos olhar bem de perto as intenções do mágico, precisamos analisar o que o mágico faz com o dinheiro que recebe da massa, precisamos nos unir para que se necessário for,mandarmos o mágico embora avisando a ele que não se utilize deste expediente ‘magical” mais em lugar nenhum. O Apóstolo Paulo disse certa vez: “ Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino, quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino” ( 1Coríntios13:11). Creio que chegou a hora de desistirmos das coisas próprias de meninos, se agirmos assim conseguiremos estruturar uma sociedade em que o lugar do mágico será somente em festas de aniversários. Que Deus nos abençoe!!!!!

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